Hibridação e tradução cultural em tempos de globalização: reflexões sobre o artesanato contemporâneo em perspectiva territorial
Contenido principal del artículo
Resumen
Dinâmicas globalizantes têm intensificado os contatos de experiências e fricções entre culturas até então distantes, promovendo processos de hibridação em escala territorial. Esse contexto interfere na produção artesanal, cuja representação se aproxima da noção de tradução cultural proposta por Bhabha. Neste artigo analisamos as possibilidades e práticas de hibridação recorrentes nas expressões de valores, formas e saberes de artesãos quando em interações com universos e códigos simbólicos diversos e mais amplos. A partir do método fenomenológico, empreendemos pesquisa empírica junto à Costa Doce, território no Sul do Brasil, no qual a prática artesanal vem sofrendo hibridações no intuito de se tornar expressão de identidade territorial. As considerações finais apontam que os processos de hibridação, nos quais se busca vincular o artesanato à expressão identitária dos territórios, podem ser considerados estratégias relevantes de continuidade da prática artesanal enquanto alternativa econômica não dissociada do simbólico, desde que sejam conduzidas pelos próprios artesãos.