Heterotopias urbanas: Espaços de poder e estratégias sócio-espaciais dos Sem-Teto no Rio de Janeiro

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Resumo

O artigo é uma tentativa de aproximação entre das lutas travadas pelo movimento dos sem-teto no Rio de Janeiro e a idéia de heterotopia assim como foi elaborada e (pouco) desenvolvida por Michel Foucault. As estratégias desse movimento, suas formas de reapropriação e resignifiação dos espaços urbanos, poderiam ser identificadas, nesse quadro teórico, como contribuições para a criação e manutenção de enclaves insurgentes na cidade, isto é, heterotopias urbanas. Estes seriam espaços criados, definidos, reproduzidos a partir de relações de poder situadas. Ao contrário das utopias que seriam espaços imateriais, ilusórios, idealizados, possivelmente inalcançáveis, as heterotopias seriam espaços concretos e reais, utopias efetivamente realizadas. Incorporar a análise das heterotopias foucaultianas, à compreensão da dinâmica socioespacial das ocupações dos sem-teto pode ser importante, pois estas são práticas que residem e se equilibram justamente entre, de um lado o “formal”, o “institucional”, o “moralmente aceito” e, do outro, aquilo que é necessário, justo, viável, possível, para a sobrevivência na cidade. As heterotopias seriam essas formas de resignificação e reapropriação que garantem a sobrevivência daqueles que vivenciam o espaço, com todas as suas contradições e conflitos de interesses.

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Tatiana Tramontani Ramos
Tramontani Ramos, T. (2018). Heterotopias urbanas: Espaços de poder e estratégias sócio-espaciais dos Sem-Teto no Rio de Janeiro. Polis (Santiago), 9(27). https://doi.org/10.32735/S0718-6568/2010-N27-740

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