“A cozinha ou o escritório.” A discussão sobre energias renováveis nos espaços de decisão no Chile e a participação dos habitantes rurais neles. Uma crítica ao atual modelo de cidadania neoliberal.
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Resumo
O sistema democrático no Chile estabelece a prioridade da ação legislativa à iniciativa presidencial, enquanto o parlamento mantém o seu papel de colegislador e supervisor da ação pública, representando os habitantes dos seus distritos no debate legislativo. Durante a última década, o Estado promoveu uma política activa de infra-estruturas energéticas que fez com que a região de O'Higgins e as suas áreas rurais concentrassem a maior percentagem de projectos de parques fotovoltaicos. Este artigo analisa as audiências da Lei do Lobby e as sessões da Comissão Legislativa de Mineração e Energia (2014-2020) para argumentar que o processo legislativo e político carece de uma perspectiva territorial, excluindo as vozes dos habitantes e organizações rurais. É destacada a desconexão entre a vida rural e a formulação de políticas, promovendo uma cidadania fragmentada e clientelista nestes espaços.