Sobre processos de autogestão e recolectivização trabalhista na Argentina real
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Resumo
Este artigo apresenta uma caracterização do processo de autogestão trabalhista ocorrido na Argentina no período 1990-2006, apontando especialmente sobre o universo das Empresas Recuperadas por seus Trabalhadores. Nesta direção, argumenta-se sobre uma série de dimensões analíticas que singularizan este processo com referência a outras experiências autogestionarias ocorridas antecedentemente. Esta singularidade descansa especificamente em que estas experiências podem ser estudadas como processos de recolectivización trabalhista, cuja emergência e desenvolvimento se localiza num cenário atravessado por um profundo processo de descolectivização social, económica e política. As dimensões destacadas e analisadas para aludir ao processo de recolectivização supõem a exposição de argumentos em torno dos seguintes elementos interpretativos: a reconstrução de um espaço e uma experiência coletiva de trabalho que recuperou parte da história assalariada dos trabalhadores; a reconfiguração de vínculos de sociabilidade ao interior do espaço produtivo; e a relação com organizações sociais e gremiales que representaram os interesses dos trabalhadores destas empresas recuperadas.