Re-etnicização e descolonização: resistências epistêmicas no currículo intercultural na região de Los Lagos, Chile
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Resumo
O surgimento da educação intercultural bilíngue em comunidades Mapuche-Williche no sul do Chile está implicando, entre outros processos de significação sócio-política, a ativação da memória coletiva e histórica, permitindo incorporar nos fluxos de interação simbólica entre a comunidade e a escola, dinâmicas da legitimação de sua cultura e projetos sociais. Essas dinâmicas, no entanto, vêm-se tensionadas pelos conceitos de interculturalidade que promove o Estado através da escola e as perspectivas que as comunidades constroem desde liderança social e política. No contexto dessas tensões, o artigo explora as maneiras pelas quais a construção do currículo intercultural revela assimetrias que, dentro dos dispositivos pedagógicos de legitimação, existem entre a episteme Mapuche e a moderna-ocidental-escolar. Além disso, se coloca ênfase na ativação da memória e do conflito entre racionalidades que têm sido conduzidas, ainda em forma desarticulada, às comunidades a reiniciar processos re-etnizadores e considerar projetos político-educacionais próprios.